sábado, 23 de agosto de 2008

Euclides da Cunha

"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do litoral. A sua aparência, entretanto, no primeiro lance de vista, revela o contrário(...). É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasimodo (...) é o homem permanentemente fatigado (...) Entretanto, toda essa aparência de cansaço ilude (...) No revés o homem transfigura-se . (...) e da figura vulgar do tabaréu canhestro reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias."

Trecho do livro "Os Sertões".

http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Sert%C3%B5es

Morreu em 1909. Ao saber que sua esposa, mais conhecida como Ana de Assis, o abandonara pelo jovem tenente Dilermando de Assis - e a quem Euclides atribuía a paternidade de um dos filhos de Ana, "a espiga de milho no meio do cafezal" (querendo dizer que era o único louro numa família de tez morena) -, saiu armado na direção da casa do militar, disposto a matar ou morrer. Dilermando era campeão de tiro e o matou. Tudo indica que o matou lealmente, apesar de ter enfiado um cabo de vassoura em seu ânus quando ele ainda agonizava dos seus ferimentos de arma de fogo. Foi absolvido na Justiça Militar por tratar-se de legítima defesa. Ana casou-se com ele.

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