sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
O Direito e a Vida - Pontes de Miranda
Os políticos e as fraldas - Eça de Queiroz
"Os políticos e as fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo."
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Superdiretores - Peter F. Drucker
"No institution can possibly survive if it needs geniuses or supermen to manage it. It must be organized in such a way as to be able to get along under a leadership composed of average human beings."
Peter F. Drucker
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Sobre a Vírgula
Sobre a Vírgula
Muito bonita a campanha dos 100 anos da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa).
Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere..
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
Detalhes Adicionais:
COLOQUE UMA VÍRGULA NA SEGUINTE FRASE:
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.
* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...
* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Custas Processuais
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Juiz de Paz
Baú migalheiro
Há 183 anos, no dia 15 de outubro de 1827, por lei desta data foram criados os juízes de paz, eleitos pelo mesmo tempo e maneira por que se elegiam os vereadores, instituição cujas raízes mais profundas se encontram na Ord. liv. 3º, tít. 20, § 1º, que recomendava ao juiz, nos feitos cíveis, "reduzirem as partes à concórdia não é de necessidade, mas somente de necessidade nos casos em que o bem poderem fazer". Eram suas principais atribuições : conciliar as partes, que pretendem demandar, por todos os meios pacíficos que estivessem ao seu alcance ; julgar pequenas demandas, cujo valor não excedesse a 16$000 ; fazer separar os ajuntamentos, em que houvesse manifesto perigo de desordem, ou fazer vigiá-los ; fazer pôr em custódia o bêbado, durante a bebedice ; evitar as rixas, fazer que não houvesse vadios, nem mendigos, obrigando-os a viver de honesto trabalho, e corrigir os bêbados por vício, turbulentos e meretrizes escandalosas que perturbem o sossego público, obrigando-os a assinar termo de bem viver ; fazer destruir os quilombos ; informar ao juiz de órfãos acerca do menor, ou desassisado [sem juízo], a quem falecer o pai, ou que se achar abandonado ; vigiar sobre a conservação das matas, e florestas públicas, onde as houvesse, e obstar as particulares ao corte de madeiras reservadas por lei ; dividir o distrito em quarteirões, que não conteriam mais de 25 fogos [residências].
domingo, 10 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Eduardo Galeano - entrevista http://www.lpm-editores.com.br/
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Todo Dia Era Dia de Índio
Todo Dia Era Dia de Índio
Baby do Brasil
Composição: Jorge Ben
Curumim,chama Cunhatã
Que eu vou contar
Curumim,chama Cunhatã
Que eu vou contar
Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Curumim,Cunhatã
Cunhatã,Curumim
Antes que o homem aqui chegasse
Às Terras Brasileiras
Eram habitadas e amadas
Por mais de 3 milhões de índios
Proprietários felizes
Da Terra Brasilis
Pois todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril
Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril
Amantes da natureza
Eles são incapazes
Com certeza
De maltratar uma fêmea
Ou de poluir o rio e o mar
Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra,fauna e flora
Pois em sua glória,o índio
É o exemplo puro e perfeito
Próximo da harmonia
Da fraternidade e da alegria
Da alegria de viver!
Da alegria de viver!
E no entanto,hoje
O seu canto triste
É o lamento de uma raça que já foi muito feliz
Pois antigamente
Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Curumim,Cunhatã
Cunhatã,Curumim
Terêrê,oh yeah!
Terêreê,oh!
Fonte: http://letras.terra.com.br/baby-do-brasil/365271/
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=v5e2WLxerCQ
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Notas de um marciano - ROBERTO DaMATTA
Notas de um marciano - ROBERTO DaMATTA
Cheguei ontem à região tropical da Terra. Curiosamente, o planeta é recortado num conjunto do que eles chamam de países: agrupamentos com histórias ridiculamente parecidas, encapsulados por territórios vistos como autônomos, dotados de leis próprias e norteados por um dogma chamado de soberania. Diferentemente de nós que nos sabemos ligados a todos os seres vivos e a todo o universo, pois nele estamos e a ele retornamos depois dos nossos bem vividos 500 anos com vida sexual plena e ativa, eles têm uma aguda consciência do diferente. Embora vizinhos e separados por marcos arbitrários, eles vivem como se fossem estrangeiros. Estão convencidos que são compartimentos coletivos singulares, capazes de praticar e fazer o que quiserem, mas sabem que são parte de um conjunto maior, conforme é claro ao nosso olhar marcianamente distanciado.
O resultado desta concepção individualista é o constante confronto com o bem-estar geral e coletivo; e um conjunto de dualidades que tem sido a tônica de sua visão de mundo. Pois, para eles, tudo se reduz a oposições do tipo real/ideal, nós/eles, humanidade/animalidade, vida/morte, pobres/ricos...
quando — na verdade — sabemos que, quanto mais um lado engloba e recalca o outro, mais esse outro lado retorna assombrosamente fortalecido.
Engolfados nessas oposições, os terráqueos tudo pressentem, mas nada podem fazer porque não têm como desmontar o seu sistema e a si mesmos de um golpe. É possível que venham a liquidarse. De fato, os países que chamam de “mais adiantados” e que consideram superiores são os que mais poluem e destroem e, não obstante, são os que mais exportam o seu modelo de exploração do planeta. Mesmo agora, quando uma consciência planetária os atingiu, eles continuam imitando esse modelo que tem como base uma suposta ilimitada riqueza do que enganadoramente chamam de “natureza”.
Ademais, começam igualmente a descobrir que tudo tem relação com tudo, pois deles é uma coisa única e milagrosa: o seu planeta é vivo. Nele, conforme observamos há milênios com a nossa marciana inveja, tudo tem um ciclo e esses ciclos vitais se entrelaçam em circuitos complexos, de modo que há sempre um jogo milagroso e comovente entre a vida e a morte.
Ao chegar num país em forma de presunto, chamado Brasil, observo que estão em tempos eleitorais. Curioso que nem o presidente desta república tenta agir como árbitro, muito pelo contrário, sua visão é primariamente partidária, apaixonada e totalmente centrada no desejo de vencer a eleição a qualquer preço. O que ele aceita na vida (perder e ganhar) ele não aceita na Presidência. Li sua furiosa entrevista no meu computador telepático e fiquei estarrecido porque ele fala do papel dos jornais no Brasil, mas todo mundo sabe que ele próprio não lê. Pior: diz que tem azia quando lê algum jornal. Dei um giro pelo país e constatei que, mesmo tendo proclamado uma república em 1889, os brasileiros ainda não têm noção do que seja uma sociedade democrática.
Pois confundem individualismo com egoísmo, e egoísmo com altruísmo.
Assim, fazem suas falcatruas em nome do que chamam de “povo”; e mesmo tendo uma visão partidária exclusiva e um tanto fascistoide, a faceta pessoal de suas vidas — seus laços com parentes e amigos — está sempre pronta a vir à tona nas situações nas quais bens coletivos estejam em jogo.
Por isso, os brasileiros adoram “coisas públicas”, espaços públicos e, acima de tudo, dinheiro público, que para eles pode ser apropriado como se não fosse de ninguém. Como tiveram escravos até um ano antes de proclamarem a república, tudo o que é público é da elite política. O processo eleitoral mostra isso claramente, pois os candidatos não apresentam programas, mas rezam ladainhas e repetem fórmulas mágicas denominadas “promessas eleitorais”.
Meros engodos para que o candidato seja eleito. Na realidade, hoje em dia eles não têm representantes, mas mediadores — ou padrinhos. Candidatos cuja distinção (como a dos santos) é o acesso que teriam ao presidente, tomado como um Deus nesta terra cheia de papagaios da espécie galvão.
Quando estava de partida, assisti a um evento notável. Uma reunião de sua Corte Suprema discutindo um projeto de lei que existe em toda e qualquer sociedade civilizada. Trata-se de uma regra que impediria ladrões e corruptos de serem candidatos a cargos públicos e usarem a legislação nacional que lhes permite escapar de tudo em nome de imunidade política definida com má-fé.
Fiquei alarmado porque, mesmo diante da obviedade da causa, os magistrados se dividiram. Metade apoiava a lei; uma outra, arguia filigranas legais contra ela.
Discutiram por mais de dez horas. Não conseguiram decidir. Repetiram, reiteraram e reafirmaram o que foi chamado de “dilema brasileiro” por um tal de DaMatta, dos mais medíocres estudiosos locais. Aquela indecisão estrutural constitutiva do Brasil que até hoje o faz oscilar entre seguir o caminho da igualdade ou o da aristocracia e da desigualdade.
A via habitual que garante aos superiores não cumprir as leis. Devo ainda chamar atenção para...
[A essa altura, leitor, eu perdi a comunicação mediúnica com o espírito desse marciano. Sinto muito, mas aqui fico com a depressão e a indignação de um velho brasileiro
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
Where justice is a game - HURRICANE
Couldn't help but make me feel ashamed to live in a land
Where justice is a game
sábado, 4 de setembro de 2010
Mudança interior para mudar o mundo (Boaventura de Sousa Santos)
a grande lição das culturas orientais é exatamente que a pessoa tem não só direitos, mas também deveres. Ela está em harmonia ou em desarmonia, não apenas consigo, mas com seus antepassados, com a sua família, com o cosmos e é essa visão que nos pode dar, digamos assim, um outro interesse no mundo. Porque só quando o que acontece no mundo, essa desigualdade social [de] que falava, for algo que nos diz respeito - porque nós somos também vítimas dessa desigualdade e não podemos ser parasitas dela -, só nesse momento é que nós podemos ter essa transformação. E daí que tem toda a razão e nós temos que encontrar formas de pedagogia onde se treine as subjetividades rebeldes, as subjetividades inconformistas. O Fórum é uma delas, muitas outras terão que ser criadas.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Contradições do Brasil
Senador Cristóvam Buarque
quarta-feira, 30 de junho de 2010
RES: Há falta de oxigênio e sol dentro do mundo jurídico - Alfredo Augusto Becker
Tenho esse livro dele.
Quando li, gostei.
O texto ora enviado é bem interessante.
Evandro
Lourenço, Advogados Associados
Avenida Almirante Barroso, 91 grupo 613-620
Centro - Rio de Janeiro - RJ - 20031-916
Tel: 2524-0505 - Fax: 2544-0495
O sigilo desta mensagem é protegido por lei. Se você a recebeu por engano, queira apagá-la e informar-nos por e-mail endereçado ao remetente.
The confidentiality of this message is protected by law. If you have received it in error, please delete it and inform us by e-mail addressed to its sender.
De: Alvaro Lourenço [mailto:alvaro.lourenco@gmail.com]
Enviada em: terça-feira, 29 de junho de 2010 13:46
Para: Evandro; Angela; daniel@lourenco.adv.br; alvaro.lourenco.tchila@blogger.com
Assunto: Há falta de oxigênio e sol dentro do mundo jurídico - Alfredo Augusto Becker
"Há falta de oxigênio e sol
dentro do mundo jurídico.
O direito não amanhece.
Não chove.
Dentro do direito não transitam nuvens
e nem sopram ventos.
As entidades do mundo jurídico não têm carne
e nem temperatura.
Jamais foi escutado canto de pássaro
dentro do Código Florestal
ou vislumbrado peixe no Código das Águas.
Da lei brotam artigos, parágrafos, alíneas, remissões.
Sequer uma flor ou ramo verde.
A vida do animal humano é muito curta
e eu só tenho uma.
Entre o direito e a abóbora
eu optei pela abóbora."
Alfredo Augusto Becker,
in "Carnaval Tributário
terça-feira, 29 de junho de 2010
Há falta de oxigênio e sol dentro do mundo jurídico - Alfredo Augusto Becker
dentro do mundo jurídico.
O direito não amanhece.
Não chove.
Dentro do direito não transitam nuvens
e nem sopram ventos.
As entidades do mundo jurídico não têm carne
e nem temperatura.
Jamais foi escutado canto de pássaro
dentro do Código Florestal
ou vislumbrado peixe no Código das Águas.
Da lei brotam artigos, parágrafos, alíneas, remissões.
Sequer uma flor ou ramo verde.
A vida do animal humano é muito curta
e eu só tenho uma.
Entre o direito e a abóbora
eu optei pela abóbora."
Alfredo Augusto Becker,
in "Carnaval Tributário
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Paradoxo do Nosso Tempo - George Carlin
Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.
George Carlin
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Goffredo Telles Jr.
Goffredo Telles Jr.
Fonte: www.migalhas.com.br (17 de maio de 2010)
sábado, 15 de maio de 2010
Melhores do Elvis pra mim
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Francisco Otaviano - Ilusões da Vida
Ilusões da Vida
Quem passou pela vida em branca nuvem
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu;
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Rainer Maria Rilke vs Freud
http://talentdevelop.com/interviews/psychcreat.html
Manifesto Verde - Cataguases
1.º Trabalhamos independentemente de qualquer outro grupo literário.
2.º Temos perfeitamente focalizada a linha divisória que nos separa dos demais modernistas brasileiros e estrangeiros.
3.º Nossos processos literários são perfeitamente definidos.
4.º Somos objetivistas, embora diversíssimos uns dos outros.
5.º Não temos ligação de espécie nenhuma com o estilo e o modo literário de outras rodas.
6.º Queremos deixar bem frisada a nossa independência no sentido “escolástico”.
7.º Não damos a mínima importância à crítica dos que não nos compreendem”.
"Um poema de Enrique de Resende, maior expoente do grupo:
Da Felicidade
Estes tratados defilosofia
Hão de pouco valer-te, meu amigo.
Enganador é omundo... Na verdade,
Feliz é o que, semeando o próprio trigo,
Confia noouro de futuras messes.
Na vã procura da felicidade,
Constrói, tu próprio, um a filosofia
Diferentes das outras que conheces....
Fonte:
http://banquetedosmendigos.blogspot.com/2009/03/o-grupo-verde-de-cataguases.html
Para uma cópia histórica do manifesto:
http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/06001470
sexta-feira, 16 de abril de 2010
carpe diem
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
Tu não procures - não é lícito saber - qual sorte a mim qual a ti
os deuses tenham dado, Leuconoe, e as cabalas babiloneses
não investigues. Quão melhor é viver aquilo que será,
sejam muitos os invernos que Júpiter te atribuiu,
ou seja o último este, que contra a rocha extenua
o Tirreno: sê sábia, filtra o vinho e encurta a esperança,
pois a vida é breve. Enquanto falamos, terá fugido
ávido o tempo: Colhe o instante, sem confiar no amanhã.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Carpe_diem
segunda-feira, 29 de março de 2010
Sobre livros e leitura, Arthur Schopenhauer
Durante a leitura nossa cabeça é apenas o campo de batalha de pensamentos alheios. Quando estes, finalmente, se retiram, que resta? Daí se segue que aquele que lê muito e quase o dia inteiro, e que nos intervalos se entretém com passatempos triviais, perde, paulatinamente, a capacidade de pensar por conta própria, como quem sempre anda a cavalo acaba esquecendo como se anda a pé.
Este, no entanto, é o caso de muitos eruditos: leram até ficar estúpidos. Porque a leitura contínua, retomada a todo instante, paralisa o espírito ainda mais que um trabalho manual contínuo, já que neste ainda é possível estar absorto nos próprios pensamentos.
Assim como uma mola acaba perdendo sua elasticidade pelo peso contínuo de um corpo estranho, o mesmo acontece com o espírito pela imposição ininterrupta de pensamentos alheios. E assim como o estômago se estraga pelo excesso de alimentação e, desta maneira prejudica o corpo todo, do mesmo modo pode-se também, por excesso de alimentação do espírito, abarrotá-lo e sufocá-lo.
Porque quanto mais lemos menos rastro deixa no espírito o que lemos: é como um quadro negro, no qual muitas coisas foram escritas umas sobre as outras. Assim, não se chega à ruminação [em nota: "Na prática, o fluxo contínuo e forte de novas leituras só serve para acelerar o esquecimento do já lido."]: e só com ela é que nos apropriamos do que lemos, da mesma forma que a comida não nos nutre pelo comer mas pela digestão.
Se lemos continuamente sem pensar depois no que foi lido, a coisa não se enraíza e a maioria se perde. Em geral não acontece com a alimentação do espírito outra coisa que com a do corpo: nem a qüinquagésima parte do que se come é assimilado, o resto desaparece pela evaporação, pela respiração ou de outro modo.
Acrescente-se a tudo isso que os pensamentos postos no papel nada mais são que pegadas de um caminhante na areia: vemos o caminho que percorreu, mas para sabermos o que ele viu nesse caminho, precisamos usar nossos próprios olhos.
...
É por isso que, no que se refere a nossas leituras, a arte de não ler é sumamente importante. Esta arte consiste em nem sequer folhear o que ocupa o grande público, o tempo todo, com panfletos políticos ou literários, romances, poemas, etc., que fazem tanto barulho durante algum tempo, atingindo mesmo várias edições no seu primeiro e último ano de vida: deve-se pensar, ao contrário, que quem escreve para palhaços sempre encontra um grande público e consagre-se o tempo sempre muito reduzido de leitura unicamente às obras dos grandes espíritos de todos os tempos e de todos os países, que se destacam do resto da humanidade e que a voz da fama identifica. Só eles educam e ensinam realmente.
Os ruins nunca lemos de menos e os bons nunca relemos demais. Os livros ruins são veneno intelectual: eles estragam o espírito.
Para ler o bom uma condição é não ler o ruim: porque a vida é curta e o tempo e a energia escassos.
Arthur Schopenhauer, Sobre livros e leitura. Über lesen und bücher. Ed. bilíngüe. Trad. de Philippe Humblé e Walter Carlos Costa. Florianópolis: Paraula, 1994, p. 17-19-21; 33 e 35.
Fonte: http://ler-e-escrever.blogspot.com/2007/04/sobre-livros-e-leitura-arthur.html
Ainda sobre o tema:
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u616.jhtm
"Combateu com toda a alma os regimes totalitários e condenou-os em seus livros "Eichmann em Jerusalém" e "As origens do totalitarismo". No primeiro, estuda a personalidade medíocre de Adolf Eichmann, formulando o conceito da "banalidade do mal". Em seus depoimentos, Eichmann disse que cumpria ordens e considerava desonesto não executar o trabalho que lhe foi dado, no caso, exterminar os judeus.
Hannah concluiu que ele dizia a verdade: não se tratava de um malvado ou de um paranóico, mas de um homem comum, incapaz de pensar por si próprio, como a maior parte das pessoas. Essa afirmação é um eco da frase do filósofo e matemático francês Pascal (1623-1662) "Nada é mais difícil que pensar".
sábado, 27 de março de 2010
Bobbio - virtude dos cidadãos
sábado, 13 de março de 2010
Fwd: Einstein e a forca dos juros compostos
quinta-feira, 4 de março de 2010
O penoso trabalho de verificar - Eça de Queiroz
Todos nós hoje nos desabituamos, ou antes nos desembaraçamos alegremente, do penoso trabalho de verificar. É com impressões fluidas que formamos as nossas maciças conclusões. Para julgar em Política o facto mais complexo, largamente nos contentamos com um boato, mal escutado a uma esquina, numa manhã de vento. Para apreciar em Literatura o livro mais profundo, atulhado de ideias novas, que o amor de extensos anos fortemente encadeou—apenas nos basta folhear aqui e além uma página, através do fumo escurecedor do charuto. Principalmente para condenar, a nossa ligeireza é fulminante. Com que soberana facilidade declaramos—«Este é uma besta! Aquele é um maroto!» Para proclamar—«É um génio!» ou «É um santo!» oferecemos uma resistência mais considerada. Mas ainda assim, quando uma boa digestão ou a macia luz dum céu de maio nos inclinam à benevolência, também concedemos bizarramente, e só com lançar um olhar distraído sobre o eleito, a coroa ou a auréola, e aí empurramos para a popularidade um maganão enfeitado de louros ou nimbado de raios. Assim passamos o nosso bendito dia a estampar rótulos definitivos no dorso dos homens e das coisas. Não há acção individual ou colectiva, personalidade ou obra humana, sobre que não estejamos prontos a promulgar rotundamente uma opinião bojuda E a opinião tem sempre, e apenas, por base aquele pequenino lado do facto, do homem, da obra, que perpassou num relance ante os nossos olhos escorregadios e fortuitos. Por um gesto julgamos um carácter; por um carácter avaliamos um povo.
Eça de Queirós, 'A Correspondência de Fradique Mendes'
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Balada Do Louco - Os Mutantes
Balada Do Louco
Os Mutantes
Composição: Arnaldo Baptista / Rita Lee
Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz
Fonte: http://letras.terra.com.br/mutantes/47541/
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Fita Branca
Se você constrói uma idéia de uma forma absoluta, ela vira uma ideologia. E isso ajuda àqueles que não têm possibilidade alguma de se defender de seguir essa ideologia como uma forma de escapar da própria miséria. E este não é um problema só do fascismo da direita. Também vale para o fascismo da esquerda e para o fascismo religioso.
Você poderia fazer o mesmo filme – de uma forma totalmente diferente, é claro – sobre os islâmicos de hoje. Sempre há alguém em uma situação de grande aflição que vê a oportunidade, através da ideologia, para se vingar, se livrar do sofrimento e consertar a vida. Em nome de uma idéia bonita você pode virar um assassino.”
Fonte: http://colunistas.ig.com.br/mauriciostycer/2009/10/24/as-raizes-do-mal-haneke-explica-%E2%80%9Ca-fita-branca%E2%80%9D/
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
O silêncio dos bons (Martin Luther King)
Fonte:
Canção do Tamoio - Gonçalves Dias - Viver é lutar!
(Natalícia)
I
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!
V
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.
VI
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
Dimigos transidos
Por vil comoção;
E tremam douvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.
VII
E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!
VIII
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.
IX
E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.
X
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.